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Voz PCERJ: Retratos do Brasil

Sindpol RJ Comente 15.03.12 1456 Vizualizações Imprimir Enviar
RETRATOS DO BRASIL

´O estado que mal remunera seus servidores policiais escolheu um lado: O lado do crime!`
Juiz Giovanni Falconni  (18/05/1939 – 23/05/1992)

14/03/2012 – por Carlos Graça Aranha

É certo que tantos fatos estranhos têm ocorrido neste país que peço modesta licença para uma análise conjuntural a fim de provocar reflexões sobre nossos comportamentos, missões, objetivos e anseios como povo.

Sem querer ser panfletário, mas, quando alguma voz se posiciona em qualquer área, insurgindo-se contra o “sistema”, ouve-se o canto da sereia a bradar: “venda-se, corrompa-se, é isso que eles querem”.  Pergunto: QUEM SÃO “ELES” que volta e meia referencia-se?   O “ELES” tornou-se uma entidade mítica.  O “ELES” está em todo lugar, a qualquer hora, conspirando, confabulando, tramando.  O tal “sistema” chega quase à condição de um semideus.

Há toda uma cultura de globalização sendo pregada por altas mentes pensantes, mal intencionadas, desejando com tal intento atingir objetivos bem nefastos. Por que nefastos? Porque capitalizam conquistas e socializam miséria.  O mesmo processo que globaliza o mundo como forma de perpetuação de poder pode ser a grande cilada para seus próprios mentores, pois, lentamente, dia a dia, cada vez em maior número, homens e mulheres, crianças, jovens e idosos, de múltiplos credos, cores e classes, têm acesso às informações.  Hoje já não é possível “controlar”  à mão-de-ferro a mídia, os veículos de comunicação, quando muito inibindo-os por ameaças de  cortes  publicitários.  Mas nem todo canal de mídia se rende.  Neste ponto retorna a figura mítica do “ELES”, ou, “o sistema”.  Por isso, a indagação: como acostumar-se a ver toda lamentável forma de miséria e exclusão sem a sensação de incômodo ?

É claro que todo discurso pretensamente “anti-sistema” parece soar como panfletário, utópico, por vezes infantil e inconseqüente. O povo recebe rótulos e os aceita. Mortes, tragédias, perdas, desastres, parecem não mais comover, sendo mera retórica para estatísticas. Reúnem-se os que decidem e anunciam com festa e pompa seus milagrosos números de recuperação do país, de crescimento do nível de emprego, da espantosa quantidade de aparelhos de ar-condicionado e TVs vendidas, etc..etc..   Quando alguém pretensamente autônomo ameaça o funcionamento do “organismo” é rapidamente cooptado e, relutando em aceitar, eliminado.  Dessa forma hedionda nosso país viu renúncias presidenciais estranhas, suicídios, doenças misteriosas, impedimentos, acidentes em estradas e outras bizarrices… Não se enganem. Grandes decisões  sobre o futuro(de quem?) são tomadas em jogos de golfe, futebol em chácaras, churrascos, ou em mesas fartas de restaurantes de fino trato, regadas a muita bebida destilada e afins.  Exatamente ali são realizadas as grandes tramas maquiavélicas.

Brasileiros têm a fama de serem piedosos, caridosos e tolerantes. Será bom ou ruim? Até que ponto?   Tolerantes até demais!  Como assim?!!  A proliferação da miséria, um aumento estrondoso das áreas geográficas das favelas, de população excluída e a maioria pouco ou quase nada faz.  Como pode ser feliz um país cujos grandes centros urbanos mantém em favelas milhões de excluídos ?  Alguém que esteja lendo esse texto agora poderia pensar: “mas nas favelas há água, luz, favelado tem TV, rádio, cama, eletro-eletrônicos, etc.. e o melhor, não pagam por quase nada”. Típico discurso dos vestais egocêntricos que dão de ombros em muxoxo.  Entrem em uma favela para terem noção exata da condição de vida quase desumana dos irmãos excluídos  que ali vivem.  Há certa urbanização na maioria delas, porém, mesmo nas grandes, urbanização na entrada.  A seguir o que se vê são cenas que causam indignação em qualquer ser sensato.  Então vêm os fariseus e dizem: “eles fazem filhos demais, a culpa não é minha”. Mais um discurso pífio dos elitistas, de bestas humanas que parecem viver na Suíça.
Assim, pequenos inocentes crescem nesses ambientes, vendo em programas de TV- comprada em dezenas de prestações- novelas onde picaretas aplicam golpes e vivem muito bem, homens em bons trajes, carros reluzentes, demonstrando poder, acompanhados  pelas mulheres mais lindas já vistas pelos inocentes olhos.  Garotões desfilando com maravilhosos tênis de grifes famosas, dentre inúmeras outras frivolidades. Pensa o inocente: “Por que eu não tenho ?”  Então ele observa nos “generais”, cujos domínios ele ocupa por favores e “caridade”, símbolos de poder e conquistas. Vê uma oportunidade de emprego para soltar fogos e alertar os “generais” quando da chegada da Polícia.  Assim começa uma carreira meteórica, normalmente interrompida pela morte antes dos 25 anos de idade.

E o fariseu vai a passeatas vestindo branco, fazendo gestos cândidos com as mãos e pedindo paz.  Um conselho para ele: PARE DE CHEIRAR; PARE DE FUMAR MACONHA. Igualmente não deixe seus filhos no mesmo vício. Ou será que o fariseu é tão hipócrita que não percebe que ao comprar drogas ilícitas está abastecendo de armas os “generais” ?   E o fariseu retruca: “álcool vende no bar…”. É. Vende! E daí? Outro ponto a discutir.

Ocorresse na Argentina metade do que se passa aqui, logo na Argentina,  cujo povo é tão criticado por inúmeros brasileiros, certamente já teriam sido escorraçados à vara parlamentares, membros do executivo e judiciário, ou esquecem que lá em nosso país vizinho e irmão na miséria o povo expulsou do poder recentemente políticos meramente usurpadores?  Muitos ainda se lembram da destruição e do fogo na Casa Rosada.

É assim, perigosamente, que vive este país e sua gente.  Um caldeirão, um barril de pólvora prestes a explodir.  Enquanto todo lixo cultural é imposto, tudo quanto é espécie de “programetes” de 5ª categoria, sejam jornais, novelas, programas de auditório, mundo cão, músicas, etc…marcha o acelerado processo de alienação mental. E o círculo vicioso não tem fim. Como imaginar que um povo controlado de forma tão vil, preocupado com os imediatismos mais basilares, tais como, pão e leite para amanhã, feijão de daqui a pouco, tapar o buraco do sapato com papelão, dinheiro da passagem, verme na barriga do pequeno, etc…como imaginar que, tendo de lutar pelo básico, pelo mais simples, poderia este povo ter forças de reação, quando tudo é contra?

Bom que o jogo fique mesmo mais claro, que as raposas saiam da espreita e venham à luz, que as hienas riam em deboche de todos nós. Excelente ver togados soltando abonados e abastados, prendendo pobres, pretos, p…e v…amordaçando juízes singulares, promotores e policiais. Estupendo ver ministros caindo em contradição, mentindo descaradamente e sendo confrontados com suas próprias mazelas. Maravilhoso ver Josés e Marias ao entorno das bancas de jornais, vendo altíssimas autoridades soltando quadrilheiros conhecidos. Jogo limpo, regras claras e conhecidas. Guerra justa.  Injusto, porém, claramente direcionado é constatar a absoluta inoperância e ineficiência de todo o aparato estatal (Judiciário-Legislativo-MP-Polícia) envolvido na persecução penal, diretamente relacionadas com a evidente impunidade e corrupção que assolam o país. E tendo em vista que somos Policiais, garantidores de primeiro momento dos direitos aviltados de nosso povo, fica uma frase inspirada em pensamento do falecido Juiz Giovanni Falconni-Itália, gerenciador da “Mãos limpas”- O estado que mal remunera seus servidores policiais escolheu um lado: O lado do crime!

Apesar de tudo isso não venho aqui pregar o fim.  Tenho a firme certeza de que tudo vai mudar, de que o Brasil será um país à altura dos anseios de seu povo, um verdadeiro esteio para o mundo, mas sem explorações, a terra da esperança e da tolerabilidade entre todos os diferentes, a terra da plenitude, da fartura sem desperdícios, do bem-estar coletivo, a pátria-mãe honrada por seus filhos.  Para que tudo isso ocorra, alguém em especial deve com urgência mudar:  NÓS, CIDADÃOS! SAIAMOS DA INÉRCIA DOS ACOMODADOS!

*Carlos Graça Aranha

Oficial de Cartório Policial
Diretor Jurídico Adjunto do Sindpol RJ

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