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A atual evasão de Agentes na Polícia Civil do Rio de Janeiro

Sindpol RJ Comente 01.08.11 2192 Vizualizações Imprimir Enviar
A atual evasão de Agentes na Polícia Civil do Rio de Janeiro

Artigo publicado no Fórum Brasileiro de Segurança Pública
acesse o artigo aqui

Marcio Bastos – Rio de Janeiro(RJ) – 31/07/2011
Para fazer parte da Polícia Civil do Rio de Janeiro deve-se ter curso superior e obter sucesso em um concurso público muito disputado e de alto nível. Os concursos públicos de 2008 e 2009 para Inspetor de Polícia e Oficial de Cartório Policial colocaram dentro da corporação cerca de 500 advogados, engenheiros, economistas, dentistas, administradores, etc. Entre eles existe até um candidato aprovado em 2009 que possui um curso de engenharia com especialização em fabricação de protótipos de avião para espionagem.
Essa riqueza de material humano em uma instituição tão importante para a sociedade deveria alertar nossos governantes para a valorização de seus quadros e permitir uma renovação que traz como conseqüência a ruptura dos estrangulamentos que impedem uma polícia de alta qualidade.
Deveria, pois não é isso que está acontecendo e este texto é, principalmente, um alerta para a sociedade que deseja uma polícia dentro dos altos padrões internacionais em um estado que possui uma violência sui generis, como o Rio de Janeiro.
Em 2010 a evasão dentro da polícia civil registrou 377 vacâncias. Neste ano de 2011, até o mês de maio, já se registravam 197 saídas; média de 39,4 por mês. E junto com esse quadro se perde a oportunidade de aproveitamento dos predicados de uma polícia renovada.
Cerca de 70% dos policiais que formaram comigo na Academia de Polícia, em 2009, estudam para outros concursos. Dos 30 alunos de minha turma, 8 já deixaram a polícia. Todos entraram com vontade de proteger e servir. O Estado gastou dinheiro para treiná-los, mas não sabe aproveitar o grande potencial que tem em mãos. Não sabe ou não quer. Se gasta dinheiro, tempo e sonhos. Uma boa política salarial que resgatasse um pouco da dignidade perdida dos policiais bastaria para aproveitar a riqueza humana que a PCERJ ainda possui.
Parte da sociedade diz que entramos para a polícia sabendo das condições de trabalho. Para esses, os números da evasão policial responde: “Tudo Bem. Estamos indo embora. Fiquem com a sobra”.
Como diretor adjunto do sindicato dos policiais civis, tive oportunidades de tecer breves comentários sobre essa evasão em reuniões com autoridades públicas do Rio de Janeiro. Não ouvi nenhuma boa resposta e até percebi a falta de interesse ao assunto.
Como policial civil pós-graduado que ama a profissão, me vejo menosprezado, mal valorizado e temeroso de perder o vigor da realização de meu sonho em tornar-me policial.
Os policiais aparecem protagonizando filmes e seriados. Aparecem diariamente na mídia como heróis e são os primeiros a serem lembrados em situações de perigo. É lamentável que só não conste como prioridade nas políticas de segurança pública do Brasil.
Sempre lembrarei de uma reunião do sindicato com o secretário de segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, quando o mesmo me disse ao sair de seu gabinete: “Não desista. Não Desanime. Ainda está muito cedo.”
Sim, ainda guardo a esperança de uma polícia civil melhor. Contudo, “quem tem fome, tem pressa”.

*Marcio Bastos (Marcio Gerente) é Diretor Jurídico Adjunto do Sindpol/RJ e está na Polícia Civil do Rio de Janeiro há 1 ano e 2 meses.

– Outros artigos do autor publicados em OGLOBO:
Um policial civil em meio à tragédia na serra
Povo emergente em crise efêmera

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